segunda-feira, 29 de setembro de 2014

21 Anos


Passei no Tarumã uma última vez. A rotina foi frequente ao longo deste 2014, que começou conturbado em meu campo pessoal profissional. A lida com o antigo distribuidor teve seu último capítulo na sexta passada, e não pude deixar de passar lá.

O terreno abandonado indica um dos sentimentos mais melancólicos da vida: a ação do tempo. As transformações que um abandonado Pinheirão sofreram, com o descasco da tinta envelhecida, o nascimento de gramas em pleno cimento, e a antiga fachada da Sede da Torcida Fúria Independente já reaparecendo; vencendo a então recobertura de guache cinza; conseguiram me fazer parar, estacionar, olhar... E pensar em uma série de coisas. Aquela fachada da antiga Sede, reaparecendo após os anos de frio, chuva e sol no local, indicam que a História teima em ser apagada.

A Entidade é metafísica. Quando uso este termo para definir a TFI, na verdade falo de duas coisas. Ela significa o campo espiritual do Ceifador, que trabalha no encaminhamento dos desencarnados aos diversos reinos espirituais. O Ceifador navega entre os mais profundos círculos do Inferno, e o mais alto grau de elevação Celestial. Há quem afirme que a Morte seja tão antiga, que já não se sabe se Ela ou Deus vieram por primeiro. No contraponto da balança, o outro significado d'A Entidade nos remete a totalidade da mesma: símbolo. Material humano. Material físico. Sede. E demais características que a mantém enquanto Torcida Fúria Independente.


É na valorização desta História, que a Torcida Fúria Independente tem focado seus trabalhos. Muitas coisas aconteceram desde sua fundação pra cá. Algumas tristes, outras boas. A saudade de quem já nos deixou - ainda que estejam vivos em cada fagulha de nosso amor - e a felicidade de se encontrar velhos e novos guerreiros, sempre dispostos a somar com o coração que podem oferecer.

Sou muito grato a esta Torcida, por tudo que ela me ofereceu. Sempre me senti em débito com A Entidade. Com Ela, obtive o mais valioso na vida de um Homem: Um Clube para se lutar. Amigos para se defender. Amigos para se conviver. Momentos para se registrar. Pessoas de outras entidades. E a sensação de não estar mais só. Ter a extensão plena daquilo que conhecemos como Família.

Obrigado, Torcida Fúria Independente.

Obrigado por tudo.

E parabéns por seus 21 Anos de... VIDA.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Mudanças que ainda não deram certo!!!



Muitas mudanças desde a saída do nosso antigo treinador, jogador vendido, jogador emprestado e devolvido, jogador traíra, resultados bons resultados ruins e torcida que não muda, sobre tudo isso vamos comentar hoje.

Com as saídas de alguns atletas o grupo sentiu um pouco a diferença, afinal estávamos entrosados com um time que estaria fluindo como água no riacho. Acho que o que mais sentiremos falta é o Breno, ele não é um jogador fora do comum mas faz o seu trabalho bem feito, aquele feijão com arroz básico, Paulinho ainda não fez uma boa partida desde que assumiu a vaga. 

E o Giancarlo?? Sem comentários uma lambança da diretoria dos Alfaces, quem sabe assim volta aquele faro de gol do primeiro semestre. E tem o Traíra Gustavo que trocou uma casa por um canil. 
Teve a chegada de dois reforços que ainda não estrearam, um meia que veio do metropolitano, Thiaguinho e ou outro é o zagueiro Cleiton ex-alface, boa sorte aos dois.

Ricardinho desde que assumiu manteve o esquema do Claudinei e se mostrou coerente, mas ai começa acontecer mudanças estrambólicas e coisas estranhas que vou perguntar agora:

Desde quando o Ricardinho Lateral é Melhor que o Chiquinho????????

Por que insistir no Edson Sitta como meia se ele no máximo é um volante???  Desde sua entrada os garotos Marcos Serrato e o Lucas Otávio se perderam em campo, tínhamos a melhor dupla de volantes da serie B e de repente tudo vem abaixo.

Por que o Ricardinho insiste em colocar o Lucio Flavio sozinho na armação???? Ele precisa de alguém que o ajude na armação do time, só cego não vê isso.

Ricardinho, por favor deixe de invenções e faça o básico que tenho certeza que chegaremos ao G4. Estávamos em franca evolução e a 3 jogos estagnamos.

E a Torcida Tricolor hein, sinceramente nem vou comentar, quando é hora de lotar a Vila e empurrar esse time de guerreiros eles falham e somente os de sempre e não menos guerreiros, 3000 torcedores que marcam presença.

AHH!! Me lembrei do nosso marketing maravilhoso, que agora tem Marcão, Lucio Flavio, Ricardinho, vários garotos da base e mesmo assim não faz nada para aproveitar isso.

Por hoje é só pessoal e até semana que vem,


Torcedor Paranista, 
sem você o Paraná Não é Nada!!!


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Publicidade negativa


Sob a ótica das arquibancadas, especialmente quando se trata de torcidas organizadas, barras-bravas, firmas inglesas e grupos ultras ao redor do mundo, é nítido e coerente afirmar que o futebol não só é um meio de vida, como é uma das maiores invenções da humanidade. O jogo historicamente supera a adrenalina de esportes famosos e bem consolidados, como o vôlei, o basquete e sua própria versão americana, a NFL. Talvez a diferença maior seja esta. Enquanto os demais são apenas "esportes", o Futebol transcende. Leva o bairrismo, o apego ao clube e suas raízes até as últimas consequências. Lava a alma. Te faz se sentir o pior dos moicanos ou parte do mais bravo exército de torcedores. Sem o Futebol, nossas vidas definitivamente perderiam um pouco do brilho.

Foi o que aconteceu sábado, frente ao Santa Cruz.

Mas foi o que não poderia ter acontecido na semana passada.

Quando se analisa o futebol nacional ao nível macro, pode-se observar duas situações muito claras: a primeira, de que várias equipes desportivas estão buscando influências de administração européias. Esqueçamos momentaneamente suas crises, até porque, a forma como algumas destas equipes do eixo são administradas nos faz justamente esquecer que elas possuem salários atrasados ou dívidas contraídas ou ambos. Trata-se do valor de marca. Condução nos negócios. Blindagem interna. A segunda das situações claras é a crise moral do pós-Copa, onde o nosso jogo bretão parece encontrar-se em crise "espiritual" no país. Seleção sem rumos, jogos sem graça por uma Série A sem emoção, e uma Série B repleta de dúvidas, onde não se sabe quem pode subir ou quem pode descer e que tudo possa acontecer.

Trocando graúdos por miúdos, situações como a do ex-Claudinei Oliveira e ex-Giancarlo não podem acontecer. Não da forma como aconteceram. Uma renúncia via Twitter, uma imprensa ansiosa pelos "vazamentos de más notícias", e um bate-e-volta com o Coritiba - que mantém 3 meses de salários em atraso em plena Série A, simbolizam a antítese da administração. Em tempos onde discutem-se, como legado da Copa, a estrutura das arenas, planos de sócio-torcedor e a elaboração de um campeonato mais sólido, competitivo, com melhor nível técnico; a má publicidade e a forma burra como negociações são construídas representam o pior dos retrocessos. E acreditem, meus amigos, poucos na imprensa esportiva questionam isso. Um técnico que renuncia da noite pro dia pela internet, em troca do rival, não poderia mais retornar à Vila Capanema. Pois este é justamente o tipo de negatividade que o Clube pode atrair cada vez mais à si mesmo, caso permita a brecha. Assim como o Ricardinho, que saiu da forma como saiu - esbravejando contra a instituição Paraná Clube - e que hoje retorna ao cargo, após não ter alavancado resultados afora.

Tomo como exemplo o Calcio na Itália, quando Leonardo trocou anos de sua carreira no AC Milan por um cargo de técnico na Internazionale, e no derby seguinte foi surrado por um mosaico dos ultras da Curva Sud Milano que o mostravam enquanto Judas na Santa Ceia. A torcida fez valer sua opinião, rebateu a "vergonha" e Leonardo não retornou (nem retornará) mais ao clube.

Entendam, senhores, que se o material humano não presta ou acredita cegamente no valor monetário - dinheiro é bom, mas existem coisas maiores - o Clube precisa ser isento. Precisa ser frio. Guiado com sobriedade. Não se pode permitir que um jogador vista-se às pressas no saguão de um aeroporto, e nem que vazamentos de notícias ruins escancarem, diariamente, a cada vez mais frágil situação do Clube.

O passional é posse genética dos torcedores. É o passional das arquibancadas, do alento, do fervo e da crença que ajudam a construir situações propícias. Tal qual a virada incrível frente ao Santa Cruz, no último sábado, com direito até a jogador escalando alambrado para abraçar o torcedor. Deixemos a frieza para os negócios. Pois a boa publicidade já é feita pelos torcedores.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Aproveitar o momento: Semana decisiva



O momento é positivo. A acachapante (e sofrida) vitória Tricolor por 3x2 em cima do América-RN, na Arena das Dunas, exemplificou bem o tipo de jogo a ser frequente nas pelejas fora de casa, assim como o tipo de ambientação a ser experimentada pelo torcedor paranista nos próximos meses. Com dois gols relâmpagos em dois minutos, o empate com Gustavo e a virada com Tiago Alves, além da pintura "à Maradona" de Adaílton; o Tricolor encontrou o fôlego necessário para suportar o conhecido algoz de "Vermelho", que buscava o empate com todas as forças após o segundo tento de Rodrigo Pimpão, ex-Tricolor. Já distante da degola no posicionamento (12° na tabela), o Tricolor não está ainda completamente livre da luta contra o rebaixamento: possui atuais 25 pontos, e como de praxe, possui em seus pés uma estrada que será longa. O returno.

Nesta segunda-feira, o Paraná Clube realizou um treino coletivo na Sede da Kennedy (Pois é...) à pedidos do técnico Claudinei Oliveira. Na partida contra o Sampaio Corrêa, em casa, o elenco contará com o retorno de Marcos Serrato que cumpriu suspensão contra o América-RN, mas perdeu justamente em Natal os jogadores Lucas Otávio e Alisson, zagueiro que recebeu o terceiro cartão amarelo.

São diversos os caminhos que poderemos trilhar juntos neste segundo semestre. Costumo falar com amigos e conhecidos que, a média tradicional de "corte" nos rebaixamentos das Séries A e B figura entre os 45-47 pontos. E é justamente acima deste "quadrante numérico" que o Tricolor deverá focar suas energias. Manter-se vivo é o mantra do agora.

Adiante, para manter o bom ritmo e a invencibilidade pós-Copa em casa, a presença do torcedor paranista na Vila Capanema nesta próxima terça-feira (2), às 19h30, será fundamental para o desempenho de uma equipe que têm se mostrado completamente aguerrida e honrosa, jogando no limite dos esforços, mesmo considerando a problemática dos salários atrasados. Talvez considerando a posição na tabela, a distância maior da degola, e o entrosamento do elenco, o torcedor volte a depositar a confiança necessária. Oito mil pessoas? Já seria de excelente grado. Apostaria em torno dos seis mil, pois há o problema evidente do horário - não entendo porquê a Confederação Brasileira de Futebol insiste em teimar com horários-pós-trânsito-do-trabalho para uma partida de futebol que não lhe permita sequer tomar umas à mais antes de adentrar a cancha. Contudo, independente da má-vontade da administradora, precisaremos contar com todos no Durival Britto e Silva. Para o returno, estas batalhas em casa simularão verdadeiros confrontos contra dragões de sete cabeças: equipes catimbeiras, entrosadas, e arbitragem que nunca se pode contar com ela.

Na Vila é onde lutaremos pela nossa sobrevivência, com a infalível tríade entre Torcedores, Jogadores e Técnico, como é dito na filosofia futebolística britânica. Somente assim para garantirmos mais um ano na "B", com a folga necessária.

Com uma possível vitória sobre o Sampaio Corrêa, o Paraná Clube terá um pouco mais de folego na tabela, terá o timing necessário para atrair de volta maiores públicos à Vila Capanema via ações de comunicação, e com este maior fluxo de torcedores arejando os internos do Tricolor, a problemática dos salários pode ter seus efeitos reduzidos.

Aproveitemos o momento.



SOBRE O AUTOR:

Fernando Scorsin ("General", "Sétimo", etc) tem 29 anos. É pai de família, Tiozão Letra C, beberrão de engradados, transportador de sacolés e, claro, Paranista de coração. Formado em Comunicação Social, acredita no valor etéro do Futebol enquanto identidade bairrista e cultural de uma cidade. É adepto ideologicamente de correntes extremistas e reaças de Não Ao Futebol Moderno (criada na Itália). Também é membro da Torcida Fúria Independente. Foi integrante por muitos anos do antigo Comando Sul (atual Fúria Sul), e há dois anos é um dos integrantes da equipe do Ultras World - a maior página sobre torcidas/ultras da web.

Colunista às segundas-feiras.